A profissão de Estatístico
Desde a Antiguidade, vários povos – chineses, egípcios, persas e romanos – tentaram fazer recenseamentos populacionais. Embora se tenha pouca informação sobre os resultados dessas tentativas, deve-se a elas a origem da Estatística. Muitos séculos se passaram até que a Estatística pudesse ser considerada uma ciência e estabelecesse os métodos para a medição de fenômenos coletivos, a busca de correlações entre eles, a sistematização e análise dos dados obtidos. Hoje ela tem função importante nas mais diversas áreas, apresentando, a partir dos dados coletados, projeções para que se possa planejar racionalmente decisões futuras. Seja um recenseamento populacional, um estudo econômico ou a determinação de quantos parafusos perfeitos ou defeituosos são produzidos numa fábrica, a ação do Estatístico e permanente na sociedade moderna.
O Estatístico tem por função coordenar os trabalhos de coleta de dados, compilação dos resultados, interpretação e análise do que foi obtido, para elaboração de projeções econômicas ou sociais. Seus métodos de trabalho envolvem, entre outros, a teoria da amostragem (estudo de uma parte representativa do universo a ser pesquisado), análise de séries temporais (estudo de observações feitas em intervalos de tempo geralmente iguais) e análise de variância (estudo das diferenças entre os valores reais e os valores médios de um resultado de pesquisa estatística). Atualmente, a utilização de computadores no estudo dos dados estatísticos provocou um grande avanço em sua ação, permitindo a obtenção de mais conclusões com maior índice de precisão em menos tempo.
A regulamentação foi dada pela Lei nº 4.739, de 15 de julho de 1965, sendo a profissão de Estatístico privativa aos formados em curso superior reconhecido e registrado no Conselho Regional de Estatística – CONRE. A duração do curso é no mínimo 4 anos.
A maior fonte de absorção dos Estatísticos é formada pelas empresas e entidades encarregadas de pesquisas, levantamentos de opiniões, de mercado, tráfego, etc., e pelos órgãos estatais e para-estatais que elaboram estatísticas sobre fenômenos econômicos, sociais ou demográficos, tais como a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ou os departamentos de Estatística dos Estados. Na indústria, o Estatístico pode aplicar seus conhecimentos a dados de produção (controle de qualidade, programação da produção e controle de estoques), vendas (projeção de vendas a partir de tendências observadas) e pessoal (análise de acidentes, salários, mobilidade e fixação de padrões de desempenho).